segunda-feira, 4 de abril de 2022

Operação Corta Fogo 2022: prevenção a incêndios em matas e florestas da região

O barulho de aviões indo e vindo pelo fumacento céu de São João da Boa Vista e Águas da Prata, transportando água na tentativa de controlar incêndios, que danificaram matas e florestas dos dois municípios, principalmente nos anos de 2020 e 2021, ainda está fresco na memória de sanjoanenses e pratenses.

Este ano, ninguém pretende passar pela crítica situação novamente. Por isso, ações de prevenção estão sendo providenciadas. Na sexta-feira, 1º de abril, foi realizado em São João da Boa Vista o lançamento da Operação Corta Fogo 2022, com a proposta de apresentação de estratégias de combate a incêndios em matas e florestas da região.

Coordenado pelo Corpo de Bombeiros, o encontro regional foi realizado na Cidade das Artes e reuniu autoridades do Poder Público, Brigadas de Incêndio e Defesa Civil de quatro municípios.

Na oportunidade, representantes de autoridades de Águas da Prata, São João, São Sebastião da Grama e Vargem Grande do Sul propuseram iniciativas de colaboração.

Uma das cidades que mais sofrem com incêndios em áreas verdes é Águas da Prata. O biólogo Igor Benevides, secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento da Estância Hidromineral, participou do evento e afirmou que a principal preocupação está relacionada ao aumento de ocorrências de incêndio registradas nos últimos anos.

“Águas da Prata sofreu bastante com as ocorrências que atingiram o Parque Estadual e queimou uma quantidade substancial de área. E, agora, a gente tem essa preocupação de se atentar e minimizar essa quantidade de focos que acontece no período de estiagem”, alertou Benevides, que também é coordenador da Defesa Civil e Brigada de Incêndio.

De acordo com o biólogo, a população pode auxiliar informando e denunciando situações que envolvam irregularidades em áreas rurais.

“[Caso eles] presenciem alguma movimentação suspeita, algo um pouco mais diferente nas áreas próximas a zona de mata.  É um trabalho de educação ambiental”, explica.

O biólogo ainda reforça que o público que frequenta cachoeiras, áreas de florestas e acampamentos precisa de atenção redobrada, principalmente quem acende fogueira.

“A orientação é para que eles não façam, mas se caso ocorra que eles se atentem em apagar muito bem esse tipo de fogueira para garantir que não tenha nenhuma fagulha que possa desencadear numa ocorrência de incêndio”, afirma.

Produtores rurais dos municípios da região ainda podem auxiliar as autoridades procurando o Poder Público Municipal, o Corpo de Bombeiros para que preencham uma ficha com informações das propriedades para que seja elaborado um diagnóstico.

“Uma coisa muito importante é a realização de aceiros nas propriedades para que facilitem o acesso do corpo de bombeiros no combate a incêndios. Então, todos nós estamos à disposição da população para quem quiser ajudar de qualquer forma”, finaliza Benevides.

 Outros encontros para tratar da Operação Corta Fogo estão previstos para serem realizados em São João da Boa Vista.



Operação Corta Fogo 

Há 12 anos, o Estado de São Paulo instituiu o Sistema Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais para diminuir os focos de incêndio estimular alternativas de combate como a Operação Corta Fogo.

 

O sistema é composto por órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar Ambiental e a Fundação Florestal. A Operação Corta Fogo desenvolve uma série de atividades de forma permanente, de acordo com as necessidades e priorizações que cada período exige, dentro de um cronograma de fases distribuídas ao longo do ano. São as chamadas fases verde, amarela e vermelha.

 

A fase verde é dividida em duas etapas. A primeira delas, de janeiro a março, é dedicada a atividades de planejamento e início das medidas de prevenção e preparação. No final do ano (de novembro a dezembro) é realizada uma avaliação da temporada de incêndios e são iniciados os preparativos para o ano seguinte.


Na fase amarela nos meses de abril e maio, o foco se volta para ações preventivas e de preparação para enfrentar os incêndios florestais. Nessa fase, as atividades de treinamento, capacitação, elaboração e revisão de planos preventivos e de contingência ganham prioridade.

 

 

 

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