quarta-feira, 6 de agosto de 2014

“Isso me dá muito orgulho”, diz Ana Beatriz Barbosa sobre o trabalho de consultoria que fornece para a novelista da Globo, Glória Perez, durante evento em São João da Boa Vista (SP)


Meia hora antes de anunciá-la ao palco do Theatro Municipal, estive no camarim para acertar os últimos detalhes e conversar com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, consultora da autora de novelas, Glória Perez. Atenciosa, comunicativa e de sorriso fácil, a palestrante carioca é dona de um vasto currículo que inclui, entre outros trabalhos, essa parceria com a novelista da Rede Globo. Em São João da Boa Vista (SP), pela primeira vez, a Ana Beatriz veio, na terça-feira, 5, para participar da 18ª Semana da Educação, onde abordou o tema “Mentes Inquietas – TDAH – Desatenção, Hiperatividade”.

Sobre o trabalho de consultoria para o “plim-plim”, especialmente para Glória Perez, a psiquiatra destacou que recebeu o convite da autora para a novela Caminhos das Índias, exibida em 2009. A ela, coube acompanhar o desempenho da personagem Yvone, interpretada pela atriz Letícia Sabatella.

 “A primeira assessoria que eu dei para a Glória [Perez] foi quando ela estava escrevendo “Caminho das Índias” e foi criar a personagem da Letícia Sabatella, que era uma mulher psicopata; e também o Bruno [Gagliasso], que na época, na mesma novela, fazia um esquizofrênico. Então, o grande desafio dali era passar ao grande público, a diferença da psicose, que seria a loucura, e a maldade e a perversidade, que seria psicopatia”, explica.

Segundo Ana Beatriz, devido à repercussão positiva do primeiro trabalho na Rede Globo, houve um segundo convite para o seriado “Dupla Identidade”, previsto para estrear na segunda quinzena de setembro deste ano, onde irá trabalhar com os atores Bruno Glagiasso, Luana Piovani e Débora Falabella.

“Eles vão fazer um serial killer, a primeira série no Brasil com essa pegada de seriado americano. A Luana Piovani é uma psicóloga que vai fazer pós-graduação, e volta justamente trabalhando na polícia, fazendo perfil comportamental de serial killer. A Débora Falabella faz a noiva borderline, aquela mulher desesperada por amor, que tenta ficar com o Bruno [Gagliasso], que é o Edu, a todo custo. E aí a gente vai ter uma pequena aulinha de psicopatia e transtorno de personalidade”, afirma. 

Sobre a linguagem simples da televisão, diante de temas complexos, Ana Beatriz garantiu que o objetivo é fazer com que o público entenda de imediato o que está acontecendo com o personagem.

 “Por exemplo, já fui acusada por muita coisa. Mas a maior queixa que a oposição [profissionais da área contrários ao trabalho] me faz é que escrevo de uma forma acessível ao público. Então, acho que isso é um elogio pra mim porque o objetivo era esse: fazer um conhecimento que não ficasse naquela linguagem truncada. Vejo que hoje as pessoas estão usando psicopata de forma adequada. Isso me dá muito orgulho de ter contribuído um pouquinho para não confundir as coisas”, enfatiza.

Para finalizar a conversa, Ana Beatriz respondeu a pergunta sobre como é atuar em parceria com  uma das mais influentes personalidades da televisão.

“A Glória é uma mulher inteligentíssima, perfeccionista no trabalho dela e escreve sozinha. Pra mim é um aprendizado. Ela acha que eu ensino, mas eu tenho certeza que eu aprendo mais do que ensino (risos). E funciona bem. Gostei disso. Não sei se faria com outras pessoas. Foi uma parceria que deu certo. Uma troca de ideias tranquila. Trabalhar com gente inteligente é outra coisa”, conclui. 

Ouça a entrevista: https://soundcloud.com/marcelo-greg-rio/mana-beatriz-barbosa-silvamp3





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