Membros do Grupo União e Mudança Ayô, durante reunião sobre o Luiz Gama
Noite de expectativa: membros da Ong União e Mudança Ayô estarão na Câmara Municipal, nesta segunda-feira (28), às 20h, para o acompanhamento da sessão ordinária em que deverá ser votado o documento que autoriza o funcionamento da Associação dos Amigos do Clube Luiz Gama.
A decisão é aguardada com
ansiedade. Por isso, espera-se que o auditório receba um público considerável
no momento da votação. Ao que tudo indica, os vereadores deverão aprovar o
documento.
A presidente da Associação,
Dulcinéia Xavier, espera que toda a comunidade negra, em especial, esteja no
Legislativo Municipal, nesta data importante.
O Clube Luiz Gama foi fundado
na década de 1940, com o objetivo de reunir pessoas da raça negra que, na
época, eram vítimas de preconceito e impedidas de frequentar outros clubes da
cidade.
Tempos difíceis, como relatam muitos negros que sentiram na pele a
dor da discriminação. Foi a segunda entidade social e recreativa de São João da
Boa Vista. Um local com muitas histórias marcantes. No entanto, com o passar
dos anos, tudo acabou se perdendo devido às más administrações.
Recentemente, em 2009, o clube
chegou a ser leiloado porque não pagou uma dívida de IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano) no valor de R$ 11.000,00 (onze mil reais). O leilão,
realizado com pouca divulgação, aconteceu no dia 7 de maio de 2009, data em que
o clube acabou arrematado por dois compradores: o comerciante Tales Alexandre
Fracari e o bioquímico Wesley Santos.
O valor do arremate atingiu a marca dos R$ 165.000,00 (cento e
sessenta e cinco mil reais). O leilão causou revolta na comunidade negra.
Principalmente, em quem viveu o auge do clube.
O prefeito Nelson Nicolau
afirmou que o leilão poderia ter sido evitado caso o presidente do Luiz Gama,
José Roberto Tomé, consultasse a Prefeitura para uma negociação de valores.
Não que a dívida pudesse ser perdoada porque, neste caso, o
prefeito poderia cometer, perante o Tribunal de Contas, crime administrativo. Contudo,
uma importante decisão foi tomada.
Devido a comunidade negra ter sido “pega de surpresa” com a venda
do clube, o prefeito Nelson Nicolau emitiu uma ordem de serviço com o pedido de
desapropriação do prédio.
“Solicito estudos para necessárias providências a fim de
efetivar-se a desapropriação do prédio onde funcionava a sede do clube Luiz
Gama para sua incorporação ao patrimônio do município. Com a medida, o local
passaria a ser utilizado para executar projetos e ações voltadas à comunidade
negra”, afirmou.
Várias reuniões foram
realizadas com os membros de dois grupos da cidade: União e Mudança Ayô e
Protéa.
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