quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Consciência Negra: reflexão é verdadeiro motivo do feriado de 20 de novembro

Não consigo ser persuadido pelo discurso hipócrita de que “somos todos iguais”, no sentido de negros e brancos. Perante Deus, sim. Mas diante sociedade, não. A negativa deve-se à realidade dos fatos. Na prática, as palavras que formam a frase acima são vácuas. Por mais que parcela da sociedade tenta camuflar, na tentativa de desviar o foco, posso afirmar, abertamente, que o racismo é evidente, sim, no Brasil. 

O dia a dia revela de tudo um pouco. Só mesmo quem tem a pele escura consegue entender a situação lamentável enfrentada ainda nos dias atuais. Por isso, neste “Dia da Consciência Negra”, por exemplo, não vejo como uma comemoração. 

Analiso mais como uma data reflexiva sobre a situação do negro. São João da Boa Vista, aqui no interior paulista, é uma das poucas cidades que aderiram à reflexão. Desde 2006, o município permite o feriado, por meio de uma lei municipal. 

Já ouvi muita gente dizer que não é necessário chamar a atenção porque, hoje, acabou-se a indiferença. Se não há racismo, por que é raro ver negros capacitados ocupando postos elevados? Por que o número de políticos negros é pequeno? Por que é difícil ver uma modelo negra? Por que a maioria das lojas não tem recepcionista negra? Por que há pouquíssimos professores negros?  São apenas alguns dos pontos tristes. 

Se o racismo é mínimo, no Brasil, por que essas perguntas continuam difíceis de serem respondidas?  Todo o mundo sabe o que responder, mas, camuflar é mais confortável pra quem não vive a situação. 

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